Os bens são coisas
passageiras
que não nos tornam pessoas
sinceras
nem honestas
Mãe deixo – te a minha raiva
pois algumas vezes
eu parava e pensava
no que é que te faltava
a RAIVA, pois com ela
darás cabo dela
daquela tua bondade
que fez darem cabo da tua integridade
A ti pai dou – te o meu silêncio
pois só calado
ouvirás as verdades que te cercam
A ti mano dou – te sabedoria
porque a quem diria
que um sábio não ria
só pensava
então pensa
A ti mana mais velha dou – te o meu coração
amargo como limão
digno para os convencidos
convencido para os ricos
multirracial
e real
muito real
lá só eu mando
e de lá ninguém me tira
A ti mana nova dou – te coragem
pois a minha coragem
ajudou – me muito
e cá estou eu …
A ti filho meu
deixo – te tudo que é meu
minha perseverança
meu realismo
minha esperança
doce herança
é uma aliança que prova
que de ti não me esquecerei
e que de ti cuidarei
E como invisível
não é estável
e nem tudo é agradável
a mim nada pertence
e o meu eu nada merece
mas um futuro
nós favorece
e de mim
uma saudade ausente.
Escrito por Acelga Esteves